Aconteceu. A minha Mãe, aos 92 anos, quase 93, partiu definitivamente. Não era perfeita (alguém é?), brigamos muitas vezes, não tínhamos uma relação muito próxima, mas era a minha Mãe. Acompanhei sozinha os últimos tempos, com muita mágoa e muita dor, vendo-a perder qualidades e conhecimento. Hoje, de madrugada, o telefone tocou e a notícia chegou.
Tenho saudades da minha Mãe. Vejo-a firme, bonita, professora decidida e sabedora, apaixonada pelo meu Pai que a adorava. Vejo a minha Mãe a proteger os netos, a mimá-los o mais que sabia, e sofro. A minha Mãe viveu a dor que considero maior, a perda de uma filha, mas continuou a lutar, a sorrir e a receber com gosto os muitos amigos que sempre enchiam a casa dos meus Pais. A minha Mãe fez viagens, amou e adorou o meu Pai, os filhos e os netos, ensinou muitas gerações, chorou e sofreu, riu e brincou. Agora partiu. Definitivamente.
É assim a vida, digo eu repetindo a banalidade das evidências. E é. Mas mesmo acreditando, e eu acredito, que a minha Mãe está num lugar melhor, o meu sofrimento é imenso.
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