segunda-feira, 20 de julho de 2020

DEPRESSÃO

Neste 2020 absolutamente atípico e violento, muito destaque, e bem, tem sido dado às patologias, às alterações, do foro emocional e psicológico. Faz sentido. Aliás, desde o início do século XX, já há mais de cem anos, que faz sentido olhar a inteligência humana, o cérebro, as emoções. Sabe-se, hoje, que a depressão não é uma mania, uma tristeza passageira, uma forma de dar nas vistas. Não! A depressão é uma doença e, que eu saiba, ninguém escolhe, no pleno uso das suas faculdades, estar doente. 
Penso, eu que não sou médica, que muitas doenças do foro neurológico poderão ser potenciadas por comportamentos sociais, por pressões externas, por desatenções por vezes. 
Vivemos, errada e exageradamente, preocupados com o que queremos mostrar aos outros, com uma imagem que do espelho nos sorria e sofremos quando não conseguimos, mesmo que com esforço desumano, a perfeição desejada. Não olhamos o outro com atenção, não temos tempo para ouvir e acompanhar, não usamos o tempo para estar efectivamente com os outros. Muitos jovens, e agora é-se jovem até quase aos 40 anos, parecem existir com uma febre doentia de sucesso e, aos poucos, esquecem-se de viver de facto, de reparar que até à morte a viagem se faz com companhia... Vivemos todos, penso eu agora, no silêncio da Serra, muito preocupadas com aparências e aplausos, centrado no nosso umbigo,  esquecendo o essencial. 
Às vezes, não gosto de pensar no mundo que integro!

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