Ter os netos perto, poder tocar-lhes, abraçá-los, inventar brincadeiras, fingir que ralho por causa das t-shirts e sapatos largados em todo o lado, é sentir que estou viva.
Às vezes, penso que a solidão é muito mais do que estar sozinha, do que ter a casa vazia, de somar dias conversando apenas com os cães. É uma sensação de inutilidade de vida, de esgotar de dias sem outro propósito que não seja o chegar ao fim. E esta sensação dói!
Quando os netos chegam, a solidão desaparece. A alegria deles, a confiança em cada agora, enchem de sentido a minha existência.
E por isso tiro o relógio, não quero saber a data, esforço-me por ignorar que, em breve, a solidão vai ter todo o espaço para se fazer sentir.
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