Nunca fui noctívaga. Gosto (gostava) de me deitar cedo, de acordar com as galinhas e de aproveitar o dia. Muitas vezes, na juventude das minhas filhas, dizia-lhes que se Deus quisesse que estivessem acordadas de noite não apagava o sol. Obviamente, este fraco argumento de pouco serviu...
Hoje, mais velha, gosto da noite.
Gosto de ficar na espreguiçadeira, olhando a lua, desafiando as estrelas. Gosto do silêncio feito de mil sons naturais, da cigarra à coruja, da água que corre no tanque, das rãs que fazem verdadeiros concertos. À noite, deixo instalaram-se as muitas ausências e fico conversando.
Há muitos ontens. Muitas perdas, alguns ganhos. Às vezes, dou a mão ao planeta e respiro fundo, bem fundo, para encontrar forças para mais um amanhecer.
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