Ofereci-me, hoje, uma tarde inteirinha de dolce far niente. Não saí de casa, não liguei o computador senão agora, quase noite, não trabalhei para a escola, não dei apoio a nenhum aluno, não cozinhei, não passei a ferro, não fiz groselha, desliguei o telefone e não produzi rigorosamente nada. Ofereci-me uma tarde comprida de piscina e leitura, de companhia só de cães (para eles existi!)e de sol. Para melhorar o meu presente, fiz uma releitura, como eu gosto disso!, de excertos de romances que me encantam: - O Último Cais, O Primo Basílio. Andei por amores estranhos, ousados, reais, proibidos e falsos, comovi-me e indignei-me, a Raquel apaixona-me, a Luísa irrita-me, e deliciei-me com a ironia fina de Eça e a ternura feminina da Helena Marques.
Soube-me tão bem não fazer nada!! E, o que é de facto estranho, não experimento nenhum sentimento de culpa. Bem pelo contrário, acho que merecia este presente e, parece-me, em breve vou repetir a oferta...
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