Levadas por um vento fresco, soltas e sem amarras, as nuvens pintam o céu do meu Alentejo. Cá em baixo, no mundo que piso, a desertificação,
socialmente grave, permite que as antigas aldeias, como o Porto de Espada, se mantenham iguais a si mesmo. Quase... porque já há umas portas de alumínio, umas colunas romanas (?), uns azulejos exteriores. Mas, ao longe, visto do cemitério branco e silencioso, o panorama continua a encantar-me. Passo ali muitas vezes, a caminho da gasolina MUITO mais barata em Espanha, e nunca consigo ficar indiferente.
São Mamede, maternalmente, abraça no colo a pequena aldeia, o tempo parece não ter pressa e a beleza rude, intensa, enternece o olhar mais desprevenido. Às vezes, gosto de parar o carro e ficar observando o campo cheio de castanheiros, um castinçal - como dizem por aqui -, e as milhentas flores que polvilham o chão. Mesmo ao lado, junto de um regato romântico, há uma criação de burros. Burros de verdade, com identidade reconhecida, grandes orelhas e olhos enormes. Olho-os e penso sempre que o nome que lhes atribuiram deve ter sido colocado por antinomia. É que eu conheço muitos seres, muitos mesmo, que se chamam pessoas inteligentes e, na prática, são muito mais asininos do que eles!!!
Não lhes chame de asininos porque, como são mesmo BURROS, ainda devem pensar que é um elogio, essa palavra difícil e complicada. Se lhes chamar de BURROS entendem logo!
ResponderEliminarCumprimentos.
Minha Mãe,
ResponderEliminarComparar as ditas "pessoas inteligentes" a esses animais tão simpático e engraçados é, sem dúvida, insultar os pobres animais ...
Beijos