domingo, 17 de fevereiro de 2013

Coices de Revolta

Ao fundo do meu quintal, vejo parte da minha cidade. É uma cidade triste, agora, morrendo aos poucos, habitada por idosos, desistentes, e condenados a continuar em Portugal. Na minha cidade sente-se a tristeza pairar, o desemprego crescer, o medo ganhar terreno. Na minha cidade, os domingos são vazios, as esplanadas ficam ocas e os poucos carros que circulam fazem-no devagarinho, como se esperassem, de repente, encontrar o milagre da mudança na esquina próxima. 
A minha cidade nem sempre foi assim... Tal como o meu país, a minha cidade já teve sentido, gente, alegria e vida. A minha cidade já teve quotidianos de confiança, fábricas que trabalhavam, restaurantes saborosos. Na minha cidade, já houve tempos de esperança... Mas hoje já nada é assim! 
Hoje, como que reflectindo o cinzento do céu, a minha cidade agoniza. De quem é a culpa? Das contingências, seria a resposta politicamente correcta. Mas eu sei que não é a verdadeira resposta. A culpa é de nós todos, é muito minha!, é de quem continua a deixar-se dominar por um governo obtuso e composto de miúdos e de fraudes! É, no fundo, de quem continua a baixar cabeça deixando que nos coloquem o jugo da estupidez e da injustiça! 
Às vezes, penso que devíamos escoicear com violência! 

2 comentários:

  1. E é que Portalegre está mesmo assim... Mas não é só Portalegre!

    Ana S.

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  2. É tudo verdade, mas estaremos a salvo enquanto houver gente com o seu olhar, setôra.

    João

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