terça-feira, 30 de julho de 2019

ACEITAR

Sou católica. Praticante. Não santa, e grande pecadora.
E sou mulher que pensa, que lê, que se questiona e questiona, que tem dúvidas e receios, convicções e Valores. Gosto da missa, da paz e das leituras que me permitem, pelo menos uma vez por semana, fazer algum balanço da minha existência.
Gostava de ser melhor pessoa, de não desgostar de ninguém (acho que não odeio ninguém), de praticar mais, mais quotidianamente, o que o meu Cristo me pede, mas nem sempre consigo... 
No último domingo, na minha Sé, o senhor cónego falava de perdão. Do dom do perdão. E eu pensava, num pensar violento que me rasga tantas vezes por dentro, que perdoar é assumir, consciente ou inconscientemente, uma atitude violenta face ao outro! Deveriamos aceitar, em vez de perdoar. 
Quando perdoamos, penso eu, assumimos a nossa razão como certa, assumimos que somos os correctos; quando aceitamos, respeitamos diferenças, aceitamos o  que, para nós, são erros e para o outro acertos. 
Não quero com isto dizer que aceito tudo... Bem pelo contrário, peço muitas vezes a Deus que me ajude a aceitar o que não consigo compreender. E é mais difícil aceitar, do que perdoar. Acho eu...

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