"Liberdade, liberdade,
quem a tem chama-lhe sua
Só eu não tenho liberdade,
Nem de pôr o pé na rua"
Creio que é mais ou menos assim a quadra popular que aprendi de cor, nos meus tempos de menina. Felizmente, eu posso pôr o pé na rua sempre que quiser, posso até pôr os dois pés, os braços, a cabeça, todo o corpo, mas, não tenho liberdade! A liberdade é muito mais , para mim, do que pôr o pé na rua, ou sair de casa para ir onde me apetecer.
Ser livre, para mim, é poder falar, e escrever, de coração aberto e sem medo de represálias, de processos ou de condenações. É esta a liberdade que me falta!
Diariamente, alguém me diz tem cuidado, vê lá o que escreves, guarda as opiniões só para ti. Reconhecendo a bondade e racionalidade dos conselhos, com aprendizagem de experiência (dolorosa) feita, custa-me, dói-me, sentir que, vivendo num estado democrático, não sou livre de facto...
Claro que sei que ser livre implica, e ainda bem, ser responsável. Mas ter opinião contrária à de outrem não é também ser responsável? E opinar sobre a realidade, sobre factos sociais e políticos, implica não ser responsável?
Vivo com medo, calando muitas vezes o que me vai na alma, na cabeça também!
Se a democracia é isto, o que será a ditadura?
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