Quando as crianças partem, quando as coisas voltam a estar no lugar e o silêncio se instala, a minha casa cresce assustadoramente e a solidão oprime-me.
Os meus netos, as minhas filhas, enchem o meu Tempo de sentido(s). Quando chegam, cada segundo ganha vida, cada hora, ainda que mais cheia de cozinhados e arrumações, torna-se válida. Depois, quando partem, o silêncio fere-me e eu volto a pensar no que é o meu eu-sem-filhas-nem-netos.
É pouco. É um Eu de desejos calados, de saudades constantes, de memórias ternas e irrepetíveis.
Agora, com ainda alguma desarrumação e sem vontade de arrumar, penso nas muitas perdas, nas muitas desistências. Queria poder aprender o desamor. Gostava de ser capaz de desgostar de algumas pessoas para que, talvez, a minha solidão doesse menos.
Sem comentários:
Enviar um comentário