Obviamente a brincar, costumo dizer que o Criador, quando fez o homem, ficou tão desgostoso com a sua obra que decidiu convertê-la em rascunho. Num borrão. Olhou com tristeza a criação, pensou como fora possível que Ele, perfeito, tivesse construído algo tão imperfeito e, para se redimir, focou-se em fazer algo realmente artístico: - A Mulher!
Como qualquer artista que se preza, escolheu com cuidado os materiais, procurou a Harmonia e esmerou-se nos pormenores. Podia, de facto, ter sido uma obra-prima, mas não o foi. Porque, acho eu, o Grande Artista, para compensar as falhas do borrão, abusou das emoções, da sensibilidade, da capacidade de amar.
E é só assim que eu consigo compreender o que leva uma mulher a suportar o insuportável, a amar para além do razoável, a tentar limpar com lágrimas as nódoas negras que a vida lhe faz na alma.
Luísa, gostei tanto, tanto, do seu texto!
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