segunda-feira, 2 de setembro de 2019

INÍCIO DE ANO LECTIVO

Mais um ano lectivo está a iniciar-se. Mais um ano de desafios, de exigências, de muitas dúvidas e tentativas. Ainda bem que é assim! Ao contráro do que, muitas vezes, alguns colegas defendem, não sou nada adepta de tempos parados, de repetição de rotinas, da chamada "manutenção da normalidade" que, muitas vezes, mais não é do que o cumprimento de uma rotina de vícios e práticas pouco correctas.
Gosto de transformação porque, como tenho a sorte de ser professora e de trabalhar com PESSOAS, sei que elas também se transformam ao longo do tempo. 
Sei, mas sei seguramente, que os alunos de hoje não aprendem como os de há dez anos e, menos ainda, como eu aprendi há 50! Sei, também, que o que se ensina não pode (ou não devia poder) ser o que se ensinava. E sei que há muita coisa que se ensina (ou tenta ensinar) nas escolas que não serve rigorosamente para nada...Não vou dar o meu exemplo preferido - nunca na minha vida me pediram para fazer uma raíz quadrada - mas não hesito em afirmar que se perde muito tempo a tentar que so alunos aprendam coisas absolutamente inúteis!
Iniciei a minha vida de professora praticando a pedagogia do ensino, dava aulas, aprendi a fazê-lo com um modelo que era, para mim, perfeito: a Drª Graciete Leitão. Achava as aulas desta Professora brilhantes! 
Depois, sempre a achar que devia fazer mais e melhor pelos meus alunos, aprendendo com muitos formadores de qualidade, seguindo, quase religiosamente, o Professor Joaquim Azevedo, passei a encarar como construtora de sucesso a pedagogia da aprendizagem. Era necessário que os alunos, que cada aluno, aprendessem, aprendesse, muito mais do que o professor ensinava. 
Mas, nos últimos dois anos, a pedagogia da aprendizagem começou a ficar-me curta... E passei a pensar que era mesmo na pedagogia da comunicação que me devia afirmar. 
Este ano, penso que não há uma única teoria a seguir! É necessário, para que os alunos, para que cada aluno, aprendam, aprenda, que o professor conheça as teorias mas que, sobretudo, saiba adequá-las a cada eu. Sim, é preciso individualizar processos de aprendizagem e, sim, é preciso fazê-lo com 30 alunos numa sala. Como? Autonomizando os alunos, tornando-as construtores do seu próprio plano de aprendizagem, não mais ensinando tudo a todos ao mesmo tempo... A Escola de Setembro de 2019 não pode ser a que faz planificações para o dossier, a que marca testes para o ano inteiro, a que se centra nos resultados de exames. A Escola de 2019 tem de ser a Escola que conversa, que individualiza, que inova, que dá voz aos alunos!!
Este ano, inicío Setembro muito triste. Queria estar na Escola com alunos. Queria ajuadar a construir uma Escola sem turmas, mas com gente que aprende. Para o ano, voltarei de certeza!

1 comentário:

  1. Muito gostaria de aprender esses novos desafios como o da não existencia de turmas... mas já passou o meu tempo!

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