quarta-feira, 11 de setembro de 2019

ÓDIO

Destrói por dentro, fere, rasga até a ordem lógica do pensamento, tolda a capacidade de compreender, essa coisa terrível que é o ódio. Diria que é desumano mas, infelizmente, é sobretudo humano. 
Surge de pequenas coisas, às vezes de deficientes interpretações, de opções e escolhas diferentes. Surge também, inexplicavelmente, por Amor... 
Hoje, 11 de Setembro, é dia de lembrar o ódio. De lembrar aquilo que eu desejaria poder esquecer... 
Há 18 anos, numa prática vergonhosa de ódio, morreram milhares de pessoas. Algumas, muitas, nem puderam ser sepultadas. Morreu quem viajava tranquilamente, quem estava a trabalhar, quem tinha família, quem carregava sonhos, quem defendia  a paz, quem nem sabia quem era Alá.  
Morreu também muito da civilização ocidental. Morreu a ideia de que há lugares seguros, morreu a ilusão de que a guerra está localizada nos países que a fazem. Cresceu o medo, a insegurança, a desconfiança, o desassossego.
Há 18 anos, pelas mãos de loucos e fanáticos, toda a civilização ficou ferida.
Hoje, tenho medo, eu.
Tenho medo por mim, pelas minhas filhas, pelos meus netos sobretudo, e pelas pessoas de boa-vontade que predominam no mundo.
Tenho medo de integrar uma humanidade que penso ser comandada por loucos. 
Meia dúzia de muito doidos, em simultâneo, em lugares chave do mundo: - Trump, Bolsonaro, Chávez, Kim Jong-un, Boris Johnson, Putin, Xi Jinping. Haverá mais, muitos por África onde, diariamente, o terror acontece; muitos pelas arábias, de onde o Aladino fugiu para o mundo do sonho. É impossível nomear todos! São demais...
18 anos e o terror continua. De nada serviu a morte de Saddam ou de Osama Bin-Laden, porque o crime continua a vencer, o ódio continua a liderar.
Como mudar o Mundo? Apetecia-me dizer que praticando o Amor. Mas, hoje e agora, a minha mágoa-dorida é tanta que não tenho paciência para utopias...

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