sexta-feira, 25 de outubro de 2019

AGORA(S)


Recebi, há pouco, um vídeo, daqueles não personalizados que se reencaminham, de forma acrítica, para os contactos, sobre a urgência de se viver o agora. O orador é brasileiro, já entradote nos anos, e enumera, com convicção, uma imensidão de realidades que, habitualmente, deixamos para depois e que, infelizmente, acabamos por não viver. Fala da velocidade a que crescem os filhos, das vezes que o beijo sai a correr porque o trabalho nos chama, de muitos adiamentos das pequenas coisas que, de facto, são significativas.

Habitualmente, quando recebo estes vídeos, elimino-os. Hoje, porque, curiosamente, não tenho urgências, vi até ao fim. É verdade que tudo são banalidades, Lapalissadas... Mas é verdade também que abusamos do adiar de pequenos-grandes momentos da vida. Como é verdade que o Tempo é cruel e se esgota num instante.
Pensando no vídeo, abracei com força a minha solidão, sacudi da alma os pós de poeira negra instalada, preparei um belo Gin e vim consumir, com a saborosa consciência da transgressão, um romance inocente!

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