Há muito tempo já que não ía a Lisboa com tempo para apreciar a cidade líquida. O vício do centralismo, que parece estar nos genes dos governantes portugueses, tem feito com que Lisboa seja, sobretudo, um lugar de reuniões e trabalho. Porque, por sorte, o país foi encolhido pelas velozes auto-estradas, vivendo em Portalegre vou e venho, no mesmo dia, sem dificuldade. Ontem, felizmente, pude apreciar a cidade do Tejo. Sentei-me na esplanada, tomei café e olhei . Talvez por ser dia de semana, não havia excessiva poluição humana e pude tentar descobrir as tágides de Camões. Não as vislumbrei.
Talvez a modernidade, esta vida de vazios urgentes, tenha afastado do Tejo as ninfas inspiradoras. Talvez, oh meu Deus!, a poesia tenha sido arrancada do coração das gentes...
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