Finalmente, chove. De noite, a chuva fez música na minha janela e procurar um casaco encheu-me de alegria. Gosto tanto da chuva! Não me traz a angústia que o Augusto Gil imortalizou, não me embrulha em (mais ) tristeza. A chuva faz-me boa companhia, embala a minha insónia e ajuda a lavar alguns pesadelos. Abro a janela para deixar entrar o cheiro da terra molhada, também ela feminina, também ela carente da seiva retemperadora. Este cheiro acre e intenso, que sempre me surge castanho e denso, faz-me acreditar em mil possíveis.
Ao som da chuva, chamo-te na memória e abraço-te com força. É bom ter-te aqui, comigo, de novo sendo um par de um.
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