O passado é um lugar morto. É um momento ao qual não se volta, porque não existe mais. Ou existe?
De certo modo, existe gravado em nós. Nas sensações, nas emoções, nos registos da memória. e é essa inexistência existente, esse paradoxo, que incomoda e fere. Carrego em mim muito passado. Porque estou a ficar velhota (ternura dos meus netos) , porque já cumpri muitos caminhos e porque deixei lá, nesse tal lugar distante, muito de mim. Há dias em que o passado se faz dolorosamente presente. Há dias, em que carrego na pele abraços totais que já o não são, o sabor de beijos que não existem, a memória viva de quem já partiu. Há dias nos quais o presente se agita na espuma do passado. E dói.
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