Hoje, fazes-me falta. Amanhã, não sei; ontem, já não me lembro. Hoje, sim, fazes-me falta. Queria encostar-me no teu peito, deixar que o silêncio dissesse da minha tristeza, que os teus beijos calassem a minha mágoa profunda. Não quero falar-te da vida, que vida?, nem sequer de preocupações, são tantas!, mas quero dizer-te do meu silêncio excessivo.
Estou cansada. Ao contrário do poeta, o que tenho em mim não é só um íssimo-íssimo-íssimo cansaço. É, também, um incompreensível desejo de vazio. Sim, desejo o nada. O imenso nada que não se opõe ao tudo, porque o ignora.
Para além do nada, desejo-te a ti. O abraço, a presença, o sorriso, o ombro (o tal). Fazes-me falta.
E eu que acho que me devia bastar a mim mesma por que, ensinou--me a vida, os outros, a maior parte das vezes, sobram na construção de sentidos.
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