Em Portugal foi identificado um
crescente número de mortes ao volante causadas por indivíduos com drogas no
sangue. A acrescentar ao elevadíssimo número de condutores com taxas de
alcoolémia absurdas, o consumo de drogas está a tornar-se uma arma mortífera.
Como de costume, um triste costume, o governo vai pensar numa forma de combater
este flagelo… Vai pensar… Como vai
pensar na forma de combater eficazmente a violência contra a mulher, como vai
pensar como evitar o péssimo serviço da maioria dos Hospitais públicos do país,
como vai pensar como combater a crescente corrupção, como vai pensar como
actualizar os vencimentos de forma a acompanharem o real aumento do custo de
vida, como vai pensar como acelerar, com qualidade e rigor, os processos de
adopção, como vai pensar nas muitas coisas que tem para fazer e que,
eternamente, continuam adiadas.
Temos um governo de pensadores em redondo! Pensam,
discutem, largam umas propostas cheias de vazio e coisa nenhuma e nós, portugueses,
continuamos esperando por melhores dias. Tenho sentido que somos governados por
gente que, pensando muito, age pouco ou nada… E lamento que assim seja. Porque
a vida é demasiadamente rápida para que possamos viver de eternos adiamentos.
Portugal tem problemas
estruturantes profundos e graves. Problemas que se prendem com a vida das
pessoas e, na minha modestíssima opinião, as pessoas devem ser a primeira
prioridade de qualquer governo. Temos os portugueses a serem vítimas de maus
serviços de saúde, famílias a sufocar sob o peso dos impostos e os combustíveis
mais caros do que a maioria dos países europeus. Temos a corrupção a aumentar e
o Governo a falar da visita da jovem Greta, do nível da água do mar que há-de,
um dia, inundar o aeroporto por construir, da gaguez de uma deputada, das
parvoíces do CHEGA. Às vezes, tenho vontade de ter coragem para emigrar e
mandar este país que tanto amo às urtigas.
Continuo a pensar que, com outros
governantes, o país podia melhorar. Continuo a acreditar que a Assembleia da
República não é um lugar de mérito, não é um espaço do qual nos orgulhemos. Os cargos
políticos parecem ter-se tornado numa forma de ganhar um lugar ao sol, de
encher os bolsos e não de servir o país. Não percebo, a sério, o alarido que se
faz em torno do CHEGA, dizendo, entre outras coisas, que vive apenas de frases
sonantes e demagogia porque, sinceramente, isso também faz o Governo!
Aliás, eu acredito que o CHEGA,
tal como o Bloco de Esquerda, o LIVRE e o PAN, nem teriam assento na Assembleia
se o governo, os sucessivos governos, funcionassem. Os partidos de extremos, seja à direita ou à
esquerda, e para mim tanto uns como outros valem zero de consideração ou
respeito, surgem para dar voz ao desespero indignado. Apenas. Desaparecerão, ou
desapareceriam, se os Partidos que se fundamentam na real construção da
Democracia, aqueles que se sustentam em filosofias sérias, cumprissem a sua função. Afinal, se o
PCP, o PS, o PSD e o CDS ganhassem sentido e cumprissem o seu desígnio, não teríamos
de aturar os extremismos.
Acho eu. Que não gosto da
esquerda mas detesto extremos!!
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