segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

REVOLTA


Em Portugal foi identificado um crescente número de mortes ao volante causadas por indivíduos com drogas no sangue. A acrescentar ao elevadíssimo número de condutores com taxas de alcoolémia absurdas, o consumo de drogas está a tornar-se uma arma mortífera. Como de costume, um triste costume, o governo vai pensar numa forma de combater este flagelo… Vai pensar… Como  vai pensar na forma de combater eficazmente a violência contra a mulher, como vai pensar como evitar o péssimo serviço da maioria dos Hospitais públicos do país, como vai pensar como combater a crescente corrupção, como vai pensar como actualizar os vencimentos de forma a acompanharem o real aumento do custo de vida, como vai pensar como acelerar, com qualidade e rigor, os processos de adopção, como vai pensar nas muitas coisas que tem para fazer e que, eternamente, continuam adiadas.
Temos um governo de pensadores em redondo! Pensam, discutem, largam umas propostas cheias de vazio e coisa nenhuma e nós, portugueses, continuamos esperando por melhores dias. Tenho sentido que somos governados por gente que, pensando muito, age pouco ou nada… E lamento que assim seja. Porque a vida é demasiadamente rápida para que possamos viver de eternos adiamentos.
Portugal tem problemas estruturantes profundos e graves. Problemas que se prendem com a vida das pessoas e, na minha modestíssima opinião, as pessoas devem ser a primeira prioridade de qualquer governo. Temos os portugueses a serem vítimas de maus serviços de saúde, famílias a sufocar sob o peso dos impostos e os combustíveis mais caros do que a maioria dos países europeus. Temos a corrupção a aumentar e o Governo a falar da visita da jovem Greta, do nível da água do mar que há-de, um dia, inundar o aeroporto por construir, da gaguez de uma deputada, das parvoíces do CHEGA. Às vezes, tenho vontade de ter coragem para emigrar e mandar este país que tanto amo às urtigas.
Continuo a pensar que, com outros governantes, o país podia melhorar. Continuo a acreditar que a Assembleia da República não é um lugar de mérito, não é um espaço do qual nos orgulhemos. Os cargos políticos parecem ter-se tornado numa forma de ganhar um lugar ao sol, de encher os bolsos e não de servir o país. Não percebo, a sério, o alarido que se faz em torno do CHEGA, dizendo, entre outras coisas, que vive apenas de frases sonantes e demagogia porque, sinceramente, isso também faz o Governo!
Aliás, eu acredito que o CHEGA, tal como o Bloco de Esquerda, o LIVRE e o PAN, nem teriam assento na Assembleia se o governo, os sucessivos governos, funcionassem.  Os partidos de extremos, seja à direita ou à esquerda, e para mim tanto uns como outros valem zero de consideração ou respeito, surgem para dar voz ao desespero indignado. Apenas. Desaparecerão, ou desapareceriam, se os Partidos que se fundamentam na real construção da Democracia, aqueles que se sustentam em filosofias  sérias, cumprissem a sua função. Afinal, se o PCP, o PS, o PSD e o CDS ganhassem sentido e cumprissem o seu desígnio, não teríamos de aturar os extremismos.
Acho eu. Que não gosto da esquerda mas detesto extremos!!

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