terça-feira, 17 de dezembro de 2019

SOPHIA

Li, recentemente, a biografia de Sophia escrita por Isabel Nery. Se eu já era uma admiradora da poeta, e era e sou, mais cativada fiquei depois da leitura desta obra. 
Em primeiro lugar, deliciei-me com a escrita coloquial da Isabel Nery, com  a forma como confidencia ao leitor impressões e realidades. É um olhar atento, curioso, culto e respeitador o que Isabel Nery lança sobre a vida de Sophia. Segue-lhe os passos, tenta olhar o que a encantou, narra segredos e medos, assusta-nos e desafia-nos. 
Sophia de Mello Breyner AndresenDepois, há uma poeta viva dentro do texto. Sentimos a Sophia de olhos claros a descobrir Lagos, o mar - tanto mar! -, a fascinar-se na Grécia, a visitar o marido preso pela PIDE, a inventar histórias para entreter os filhos pequenos. É uma mulher  inteira, plena e intensa, que nos exige (a mim exige) uma verdade maior a cada facto, cada amanhecer. Depois de Sophia, o quotidiano fica dolorosamente insignificante.
Com o livro arrumado na desarrumação da minha estante, dá-me paz pensar que posso  revisitar as páginas de Isabel sobre a poeta
 que sempre me encanta!

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