quinta-feira, 26 de novembro de 2020

A MEU VER

 Como todo o mundo racional, sem dúvida que olho com apreensão a pandemia. Não acredito na frase gasta do "Vai ficar tudo bem", porque vejo que muita coisa já não pode ficar bem, que muitas mortes aconteceram e que a miséria cresce, diariamente, de forma escandalosamente absurda. 

Leio, oiço, penso e tenho medo. Não confio nos decisores portugueses, como não confio na maioria dos decisores que dominam o mundo, receio a pouca eficácia das anunciadas vacinas, tremo a cada amanhecer.

Mas, sei bem, é preciso viver. Resistir e, claro, prevenir. 

Não consigo por isso compreender que haja instituições que continuam a pensar que é tudo uma brincadeira, que abrindo janelas e arejando salas todas as infeções se evitam.  Como é possível? Como posso aceitar, e obedecer, a ordens que convocam professores para reuniões presenciais quando, penso eu e dizem os cientistas, quanto mais isolados todos nos mantivermos, com maior eficácia poderemos evitar contágios? 

Dizem-me, argumento oco de razão e longe de inteligência, que as salas são grandes, que se arejam. Eu rir-me-ia se não tivesse uma incrível vontade de chorar! Não percebo! Às vezes, penso cá para mim, parece haver decisões que têm como único propósito e sustentação mostrar serviço, afirmar o tal pequeno poder que tanto me irrita!

E eu hoje estou assim. Irritada. Revoltada. Triste. Sem forças para alinhar, calada,  na estupidez vigente.

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