sábado, 21 de novembro de 2020

COBRAS

 

Fui caminhar, pisar a suavidade do chão de outono, brincar com os cães, olhar o mundo sem gente de que tanto gosto. Comigo levei os sonhos, as saudades intensas que me fazem sofrer - TANTO! -, as preocupações pessoais, sociais, profissionais também. No tanque senti o cheiro forte do tufo de hortelã. Recordei Cesário, o Bairro Moderno, a miúda desgrenhada e feia com a meia azul rota, a hortelã que cheira. Perto, a cobra que, acho eu, vive no tanque. Pensei que, na Natureza como na vadia, nem sempre o chão é macio e, sem que demos por isso, surgem cobras perigosas e ameaçadoras, por vezes. esta cobra era preta e verde, cobra de escada dizem-me os vizinhos, sábios de toda a natureza. Não fazem mal mas, ainda assim, é melhor a senhora não se aproximar para não a irritar, recomendam. e eu lamento não ter, na vida com gente, quem me avise dos perigos, quem e recomende a distância...



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