Este novo ano lectivo, com polémica como sempre, vem exigir o cumprimento, de um máximo de 12 horas, em cada ano de escolaridade, na área da educação sexual. Como mãe, professora, cidadã, mulher, gostava mais de ver a abordagem desta dimensão noutros moldes. Preferia que se falasse em educação dos afectos, gostava de ver trabalho feito em regime de transdisciplinaridade, gostava de ver bem separada a fisiologia da afectividade. Para mim, fazia mais sentido abordar a dimensão humana da afectividade na sua dimensão mais abrangente. Mais do que falar de preservativo, de SIDA, de gravidez precoce, de aborto, penso ser importante falar de individualidade, de dignidade humana, de respeito pelo outro.
Considero que, num mundo onde parecem premiar-se as agressões e os desentendimentos, os egoísmos e os umbiguismos, fazia sentido abordar-se a sexualidade numa perspectiva essencialmente humana, favorecedora da socialização harmoniosa do indivíduo.
No entanto, e consciente de que "o óptimo é inimigo do bom", penso que é muito importante que o Ministério da Educação tenha dado este passo, tenha tido a coragem de incluir no currículo dos alunos, com tempos específicos atribuidos, a educação dos afectos.
Agora, há que pensar no passo seguinte. Estaremos nós, professores, preparados para abordar esta área de formação? Estarão as famílias, de forma geral, aptas a aceitar esta tarefa que, sem dúvida, terá de ser articulada entre a família e a escola? Tenho muitas dúvidas. Mas, ao mesmo tempo, muita esperança que a Escola não deixe fugir esta oportunidade de se cumprir no seu papel mais importante: - EDUCAR PESSOAS!!
Bom regresso ao teu trabalho que amas.
ResponderEliminarSei que o problema de que falas não é simples de evocar, falar e muitos não estarão preparados para falar nele: educando, como tu dizes.
Mas é fundamental que se toque num problema que tão grave, é uma opção corajosa e que fazia falta...
Bom trabalho!
beijo muito grande
o falcão