Abre a janela à noite estrelada e deixa entrar o sonho. Não faz alarde, não traz bips nem se anuncia com jazz. Chega só, e instala-se. Ela sente-o chegar, não o vê, mas dá-lhe espaço na insónia. Repara que as estrelas continuam lá, longe, presas no céu imenso que lhe parece negro.
Olha o sonho com simpatia, afinal, é o seu mais fiel companheiro, e pede-lhe que desfie impossíveis. Ele acomoda-se e fala de memórias - incrível como a memória do Momento o purifica -, fala-lhe de imagens perdidas, de conversas terminadas. Ela pede futuro e o sonho, triste, parte de mansinho.
Fica a insónia, só. E ela. E as estrelas, luzes de caminhos.
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