domingo, 15 de julho de 2012

Vazio

Chega o fim de tarde de domingo, morre o fim-de-semana e surge o vazio. Por antinomia, o vazio faz-se de mil afazeres, do regresso ao trabalho, do cumprimento de obrigações que, sendo nossas, nos são estranhas. É o viver para fora, para a existência, maquilhando dores, disfarçando essências. O fim de tarde de domingo, quando todos partem e a solidão volta, povoa-se-me de memórias e anseios. De receios também. Os impossíveis surgem, como se estivessem atentos, atrás da porta do ser, esperando uma brecha para invadir a existência. E o ciclo fecha-se. Os dois dias de tréguas morrem, e eu enterro-os no jazigo imenso que é a minha memória de afectos.

2 comentários:

  1. Não veja as coisas assim tão escuras Setôra!...

    "Nem tudo se foi
    apenas o teu corpo
    deixou de ser
    aprisionado ao meu

    mas a tua paz
    ajustou-se à minha alma
    a minha alma
    ganhou força e calma

    que diferença
    agora entre nós?"

    Isab.Monteiro (Poemas com sabor a Sol a Sal e A-mar).

    Bom resto de domingo!

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  2. Isabel Monteiro - uma conceituada poetisa, cronista e blogger!( e para quem não sabe excelente pianista também !)

    Beijos

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