Chega o fim de tarde de domingo, morre o fim-de-semana e surge o vazio. Por antinomia, o vazio faz-se de mil afazeres, do regresso ao trabalho, do cumprimento de obrigações que, sendo nossas, nos são estranhas. É o viver para fora, para a existência, maquilhando dores, disfarçando essências. O fim de tarde de domingo, quando todos partem e a solidão volta, povoa-se-me de memórias e anseios. De receios também. Os impossíveis surgem, como se estivessem atentos, atrás da porta do ser, esperando uma brecha para invadir a existência. E o ciclo fecha-se. Os dois dias de tréguas morrem, e eu enterro-os no jazigo imenso que é a minha memória de afectos.
Não veja as coisas assim tão escuras Setôra!...
ResponderEliminar"Nem tudo se foi
apenas o teu corpo
deixou de ser
aprisionado ao meu
mas a tua paz
ajustou-se à minha alma
a minha alma
ganhou força e calma
que diferença
agora entre nós?"
Isab.Monteiro (Poemas com sabor a Sol a Sal e A-mar).
Bom resto de domingo!
Isabel Monteiro - uma conceituada poetisa, cronista e blogger!( e para quem não sabe excelente pianista também !)
ResponderEliminarBeijos