sexta-feira, 29 de março de 2013

Páscoa



Estamos a viver a Páscoa que, para mim, como católica, é um tempo muito especial. Embora o Natal seja mais comemorado, mais vistoso talvez, a Páscoa é um tempo de referência para muita gente. No fundo, este é o Tempo da vitória da Vida sobre a Morte! Em miúda, fazia-me muita confusão que os coelhos pusessem ovos mas, agora, gosto dos coelhinhos e dos ovos coloridos, gosto da intrusão do pagão na minha religião e encanta-me a ideia de renovação e nascimento (de novas ideias e práticas sobretudo) que a Páscoa supõe.
Talvez este ano, acho eu, faça ainda mais sentido assinalar esta data no Calendário. Vivemos uma época de angústias, de injustiças, de medo, de um relativismo gritante que nos torna, muitas vezes, cinzentos e tristes. Agora, em Portugal e no Mundo (embora nalguns lugares mais do que noutros) os cidadãos temem o amanhã, tremem face ao presente, duvidam de cada acordar. Vivemos num mundo onde as crianças são exploradas, violentadas, mortas antes de poderem nascer e onde, ao mesmo tempo, há quem possua ilhas, palácios e riqueza sem fim. Não quero ser moralista, quem sou eu para o ser?, mas confesso que, cada vez mais, angustia-me viver neste mundo…

A Páscoa poderia ser o Tempo de mudança. Sei, claro!, que a Igreja Católica cometeu e comete erros, que há nela gente malvada, como em todo o lado. Afinal, a Igreja é feita por pessoas, homens e mulheres, e esses falham, erram, afastam-se – quantas vezes? – dos seus ideais.  Sei, também, que ser Santo é difícil que se farta… 

No entanto, eu acredito que não está a chegar o fim do mundo, que o planeta Terra não vai ser destruído de um momento para o outro. Acredito, ainda que (às vezes) com muitas dúvidas, é possível alterar o rumo da sociedade que integro se, exatamente, formos capazes de seguir Jesus! Ele não julgou, não condenou. Ele compreendeu, ouviu, acarinhou e, embora nem sempre nos lembremos disso, apenas mandou que nos amassemos. 

Li algures, não sei precisar onde, a seguinte frase: - “Tudo o que fizeres, faz com Amor” – e pensei que, hoje, fazemos exactamente o contrário: - Tudo o que fazemos é com ódio!

Nesta Páscoa triste, porque a vida quotidiana nos entristece, apetece-me deixar de lado as pequeninas grandes coisas do dia-a-dia (como as eleições autárquicas ou as aterradoras previsões para a economia portuguesa) e sonhar com entrega, cumplicidade e Amor. Queria tanto que chegasse um Novo Tempo!

1 comentário:

  1. Um texto perfeito e que devia ser lido por toda a gente! Tenha uma Santa Páscoa

    António

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