Se um aluno tem uma classificação inferior a três, obrigatoriamente (?!), o professor tem de elaborar um plano que vise, acho eu, ajudar o aluno a recuperar. Propõem-se medidas, com restrições porque, à partida, a mais eficaz dela - MENOS DE TRINTA ALUNOS POR TURMA - é inviável. Assim, preenchemos cruzes, grelhas, modelos generalistas.
O facto do aluno, simplesmente, não trabalhar, não está previsto. Agora, o processo de ensino E aprendizagem parece ser só de ensino, assumindo a premissa errada de que se há quem ensine, todos aprendem. Lembro o que aprendi nas longínquas aulas de Filosofia: - Se partir de uma premissa errada, ainda que realize um raciocínio lógico, chegarei sempre a uma conclusão errada! Mas na actual equipa do Ministério da Educação nunca ninguém deve ter estudado Filosofia...
Perante tantos papéis, em reuniões de mais de quatro horas, encolhe-se-me a alma e penso que, daqui para a frente, todos os meus alunos vão ter classificação três! De que vale lutar por qualidade, investir tempo no meu trabalho, olhar para os meus alunos com razão e afecto se, no final, só o faz-de-conta é valorizado?!
Será este o propósito do ME? Impôr o facilitismo e beneficiar a mediocridade em detrimento da qualidade?... Nem ouso responder!
Como eu a compreendo! Fazemos de conta que ajudamos os alunos a aprender, e nivelamos por baixo... É um desespero ser professora hoje!
ResponderEliminarTeresa