Quando eu era miúda, bem sei que o tempo da infância tem outra dimensão, começava-se a preparar o Natal no dia 8 de Dezembro. Era dia de Nossa Senhora e sempre ouvi dizer que era "o Natal pequenino". Nesse dia, feriado, enchia-se a casa de cheiros novos, de pinheiro e musgo, fritavam-se as primeiras azevias e filhoses, e só se parava de falar no Natal e no ano novo depois do dia de Reis, a 8 de Janeiro.
Agora, já em Novembro surgiram as iluminações, os enfeites, as promessas de festa e as exigências de comprar. No entanto, sinto - talvez seja só impressão minha -, que o Natal está cada vez mais longe da vida das pessoas. Começa-se mais cedo o espectáculo das lojas, acendem-se velas e luzinhas, ornamentam-se as árvores e as casas, mas, parece-me, esquece-se a amizade, a presença, a ternura, a partilha, a compreensão. Estou um bocadinho, um bocadinho muito grande, farta desta mania de aparências e evidências sem profundidade nem essências.
Sim, agora o Natal é um negócio. Por isso começam as iluminações e tudo que seja alusivo ao Natal, muito cedo.
ResponderEliminarMas, este ano, por causa da crise,pode ser que as pessoas se lembrem de viver um Natal mais autêntico, mais interior, mais de paz, generosidade, tolerância com o seu semelhante.Um Natal com mais cheiro a musgo ,a rabanadas e azevias , uns sonhinhos de abóbora e a bacalhau mesmo que seja do mais baratinho,simplesmente...
Os presentes? Mais amizade , sinceridade e ajuda mutua.
Gosto muito do Natal. Entrego-me a vivê-lo sempre com autênticidade como quando era criança.Isso ninguém me tira!
O Natal, que é essencialmente uma comemoração e uma festa de família, perdeu bastante do seu significado quando foi absorvido ou assimilado pelo sentido comercial. Natal são lojas decoradas e iluminadas, Natal são as ruas transformadas em néons multicolores, Natal é a árvore feita de milhões de lâmpadas coloridas e piscantes e considerada a maior de qualquer lugar, Natal é quase tudo menos o festejar o nascimento de Jesus.
ResponderEliminarPela necessidade de se contrariar este fenómeno tão pouco religioso e tão material, muitas famílias começam a colocar nas janelas de suas casas uma figura do Menino Jesus a lembrar um pouco o que é o Natal.
Mas Natal, Natal, é o espírito com que se vive, é família, é ternura, é partilha, é entrega, é compreensão, é amor...
Cumprimentos.