Tarde fria, o gelo da época, e o auditório do Museu das Tapeçarias cheio de calor humano para ouvir o Dr. Carlos Garcia de Castro. O pretexto, mais um livro. O primeiro - ele garante que o único - em prosa. Um livro para lagóias, começou por dizer o autor, com o humor que o caracteriza, com a simplicidade de sempre. Entre estórias de cá, desta cidade tão nossa, e algumas anedotas, foi desfiando memórias e fazendo literatura. O livro, "loja, contra-loja e armazém", é uma obra fotográfica, feita de flashes que a memória conserva, num estilo corrente, correcto, livre de falsos pretensiosismos, isenta de popularismos vulgares. O narrador trata-nos com respeito, com amizade mesmo, e não resistimos à gargalhada "Todos os dias, passar da noite ao dia não é monotonia, custoso é acordar com fantasias!", nem à ternura nem ao fascínio.
Em tempos de sentires exacerbados (porventura sempre assim sou...) gostei destas duas horas de olhares amigos e palavras com sentido. Vou devorar o meu novo livro!
"Na terra verde e branca de oliveiras
plátanos, cerejeiras, castanheiros,
quintais e poços de roldanas presas,
cruzam-se as casas de brasões antigos."
Um livro mais, é sempre positivo. Depois,duas horas passadas com gente agradável e que admiramos faz bem ao ego, alimenta o nosso espírito.
ResponderEliminarParece-me que a idade nos faz selectivos no aproveitar com qualidade, os bons pedaços que o tempo nos proporciona.Isso é muito compensador.
Dispõe-nos bem para a vida e para nós mesmo...
É sempre motivo de alegria a saída de um livro, ainda mais quando se trata de um livro para lagóias.
ResponderEliminarÉ que já vamos tendo tão pouco,
Nesta cidade, a desaparecer,
E um livro sempre nos distrai
Das amarguras deste viver.
Cumprimentos.
Não me diga que isto tudo se passou em Portalegre, e eu não dei por nada???
ResponderEliminarBeijo