Ela envolve-se num casaco de vison, verdadeiro vison, comprido e brilhante. Calça uns sapatos bem altos, tem o cabelo preso num rabo de cavalo descontraído e a maquilhagem é ligeira; ele, de sobretudo cinza-escuro, apoia-a com firmeza. Os dois caminham pela High Street, murmurando, olhando as montras cheias de luz e rindo sem alarde. Ele sugere um café, e sentam-se no Costa, na esplanada. Ela tira as luvas, discreta, e ele entra para, de seguida, voltar com um capuccino onde dança um pinheiro de Natal e um café que respira odor intenso. Ele abre um mapa e segue, com o dedo, o percurso a fazer. Ela, aquecendo as mãos na chávena larga, concorda fazendo perguntas breves.
Ela olha o relógio e ele, imediatamente, tapa-lhe o pulso garantindo, num murmurio perfeitamente audível, que ignore o tempo. No olhar dela passa um raio de tristeza, célere, mas profundo. Ela abraça-a. Levantam-se ao mesmo tempo, e eu quase espero ver aparecer, em grandes parangonas THE END. Mas não, não é cinema. Na vida real, ainda acontece o mistério.
The end is near..
ResponderEliminarMil beijos
Perfeito: o mistério estava lá!
ResponderEliminarPareceu-me estar a ler uma crónica do Mário Zambujal!:)
Podia mesmo ser a cena de um filme! Quer dizer que anda por fora, e faz cá falta. Volte depressa!
ResponderEliminarJoão
Fica-se com vontade de saber o resto da história. Qual seria o mistério?
ResponderEliminarTaty
Casaco de vison comprido, verdadeiro?
ResponderEliminarLigação ilícita,e ele a ver o mapa para ver o caminho mais rápido para voltar para casa!
O cafézinho foi para não se raspar "assim logo, logo"!...
Se for bem real mesmo - o casaco de vison foi até comprado pelo marido dela!! ...coitados, sempre...
EliminarMarido ?! Não ! eu digo, é aí que reside todo o mistério: Ligação ilícita!
Eliminar