Não tem fotografia espantosa, a interpretação é vulgar, o enredo conhecido. Diana não é um filme de referência, não traz nada de novo, não impressiona nem incomoda. Com certeza, nas estrelinhas dos críticos terá zero.
Mas a mim, deu-me que pensar. Até que ponto, numa sociedade como a nossa, feita de mediatismo e imediatismo, não somos todos, de alguma forma, responsáveis pela infelicidade alheia? Onde fica, neste mundo maluco, o direito ao "eu", à privacidade, à liberdade no que ela tem de mais pessoal? Dir-me-ão que a Lady Diana era uma figura pública e, por isso, teria de se sujeitar ao olhar devastador, intromissor e crítico de todo o mundo. Talvez. Mas talvez não tenha de ser assim, ou talvez não devesse ser assim...
É estranha a influência que o olhar alheio, do outro, tem sobre as decisões individuais. É doloroso saber que, muitas vezes, há quem desista da sua felicidade apenas porque a mesma não cabe, ou parece não caber, nos cânones da sociedade. E, no entanto, como a sociedade é hipócrita...
No filme pode ler-se, numa mensagem de amor, "Para além do Bem e do Mal, há um jardim florido. Lá nos encontraremos!" Não será possível que o Amor encontre esse jardim antes do Fim, antes da Morte, antes da destruição? No fundo, Diana é um filme de Amor, por isso, um filme eterno. Mas eu queria que não fosse eterna esta submissão individual ao olhar social, ao tal Bem e Mal que, tantas vezes, só é válido na aparência. Se calhar, o que eu queria mesmo era encontrar o tal jardim florido, antes do fim definitivo!
Quantas vezes não estamos no jardim florido e não o reconhecemos?...
ResponderEliminarOu nos deixamos seduzir por uma flor e esquecemos o jardim?...
Há-de encontrar o seu jardim florido, antes do fim definitivo...
Luisa, esse seu querer é poético! Muito poucas, porque são essencialmente as mulheres, são capazes de confrontar os dizeres da sociedade e dar rumo à sua vida sem se importarem com esse tal "olhar alheio"!
ResponderEliminar