Não é um negrilho. Não a vi em São Martinho de Anta. É um sobreiro, vive na minha Serra, e é um poeta também. Quero crer que Miguel Torga não acharia abusiva a comparação:
A um negrilho
Na terra onde nasci há um só poeta.
Os meus versos são folhas dos seus ramos.
Quando chego de longe e conversamos,
É ele que me revela o mundo visitado.
Desce a noite do céu, ergue-se a madrugada,
E a luz do sol aceso ou apagado
É nos seus olhos que se vê pousada.
Esse poeta és tu, mestre da inquietação
Serena!
Tu, imortal avena
Que harmonizas o vento e adormeces o imenso
Redil de estrelas ao luar maninho.
Tu, gigante a sonhar, bosque suspenso
Onde os pássaros e o tempo fazem ninho!
Miguel Torga in Diário VII (1956)
Sobreiro majestoso e lindo!
ResponderEliminarSó a Serra de São Mamede para lhe dar vida e guarida!
Bjs
Um sobreiro imponente. O que é um negrilho? Vou ver na net.
ResponderEliminarBeijinhos
Ana
Lindo Sobreiro (alentejano,claro) e lindo poema...
ResponderEliminarbeijos