sábado, 27 de julho de 2013

A Gaivota

Caminha segura, olhando com confiança o rebentar das ondas, ziguezagueando ao sabor do vento, fininho, que varre a areia. É livre, e não sabe o que é a Liberdade, é feliz, desconhecendo a Felicidade. Olho-a com uma certa inveja... Penso que as palavras, a mania (ou necessidade) de darmos nomes às coisas, as tornam frias e redutoras. Às vezes, o que sentimos, ou o que eu sinto, transborda das margens das letras, esborrata a tinta e não cabe nas linhas fininhas. A gaivota não tem esse problema, porque não tem palavras, porque, caminhando sozinha na praia ainda vazia de gente, não descodifica a palavra solidão!

3 comentários:

  1. Fantástica esta gaivota! Tem de ser fêmea. Pelo andar...

    António

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  2. Ó setora mas se não tivesse palavras, como escrevia os seus textos lindos?

    João

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  3. É isso que sente, que transborda das margens das letras, que esborrata a tinta e não cabe nas linhas, que a torna especial..., é a sua essência, o conhecimento de si mesmo!!
    Nem todos se conhecem assim, por dentro.
    -Ora isso é o caminho da realização, da felicidade, o nunca estar só...
    Será que a gaivota sente alguma coisa dentro dela?!...
    Boas férias Setôra!!
    Aproveite a Constancinha!!

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