terça-feira, 2 de julho de 2013

Amanhecer

A noite está prestes a parir um novo dia. Vai ser escaldante, espera-me uma viagem e muito trabalho. Saio da cama desperta por pensamentos que incomodam. Ou que me provocam, talvez. E escrevo antes do despertador tocar, antes de partir...
Muitas vezes penso que as pessoas, todas ou quase, só amam como sabem e não como nós desejamos. Talvez por isso, as desilusões são frequentes e os divórcios sucedem-se. 
Talvez cada um procure no outro um pouco de si mesmo, incapaz de aceitar e amar a diferença alheia, qual vara solitária num areal de emoções. Talvez. Quando sei de mais um fracasso amoroso, ou de mais um casamento desfeito, penso sempre que as pessoas não devem ficar agarradas a memórias, a destroços, debruçadas sobre passados  que, por serem mesmo passado, não poderão ser recuperados. Claro que um divórcio, que na maioria dos casos acontece por "lapsos" dos dois, é doloroso e triste. Deixa um sabor  a sangue moído que demora a passar. Isto compreende-se. O que já me custa um pouco a compreender, é que as pessoas, homens e mulheres, alimentem esta dor, prolonguem o luto da relação, em vez de olharem o amanhã e tentarem de novo. Às vezes, fica-se para sempre zangado com a vida, azedo e deprimido, e isso não leva a nada! 
Frequentemente digo aos meus alunos que crescer dói. Agora, deu-me para pensar que devo acrescentar que é preciso viver aprendendo a não sofrer. Afastar as pessoas que sabem tudo, que nos condenam sempre, e procurar um caminho onde haja lugar para se reinventar a cada amanhecer uma nova existência!
Se o amor existe, e eu SEI que existe, ele deve acontecer sem culpas nem reservas, com duas identidades e não com sobreposição de existências. Como no sexo, que só vale a pena se for bom para os dois!

3 comentários:

  1. É mesmo assim, as duas identidades numa fusão de entendimento, de solidariedade, de compreensão, de entrega... os ingredientes do AMOR!

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  2. Sinto-a triste e lutando sempre...

    Ana

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  3. Surpreende-me sempre.

    Isabel

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