Estão afixados os resultados dos exames nacionais e o descalabro confirmou-se. Não são precisos muito estudos, nem profundas análises estatísticas, para se poder afirmar que a Escola está a falhar. Os alunos não aprendem ou, pelo menos, não aprendem aquilo que se avalia.
Como professora, mas também como cidadã, penso que esta situação devia preocupar toda a sociedade. Não podemos acreditar que os resultados obtidos dependem do último ano lectivo. Não! Estes alunos, que esbarram com poetas como Ricardo Reis, esbarram também quando se lhes pede que tenham opinião, que reflictam e analisem, por exemplo, a forma como a juventude pode influenciar mudanças sociais! A escola de hoje, modelo plastificado da Escola do séc. XIX, não serve para o mundo que temos. Para mim, este é o primeiro problema: - Temos uma escola anquilosada, centrada nos conteúdos, a nivelar pela mediocridade, inventando estratégias que camuflam os erros e premeiam a ignorância, em vez de melhorarem competências e exigirem qualidade e rigor!
Outro problema prende-se com a avaliação em si mesma. Ensinar e Aprender são duas faces da mesma moeda, mas não são a mesma face!! Temos de avaliar o que se ensina, como se ensina, mas também temos de avaliar como se aprende, e o que se aprende. Os exames nacionais querem avaliar o quê? O grau de aquisição de conteúdos? O desenvolvimento de competências? O níveis de desempenho? Os perfis de execução? O trabalho dos professores? Ninguém sabe.... Sabe-se, apenas, que se avaliam os alunos para, em Setembro, se julgarem os professores com os rankings fantásticos!
Sinceramente, julgo que é possível e urgente fazer uma Escola diferente. E eu SEI como se devia fazer! Mas não acredito que seja isso o que preocupa os pensadores da Educação! Um povo sem educação, um povo medíocre, um povo que se nivela por mínimos, é um povo dócil e manipulável! Um povo que se ludibria com facilidade, que se rouba e explora sem receio.
À medida que escrevo, começo a sentir crescer em mim uma raiva que dói! É tempo de fazer um parágrafo e respirar fundo.
Mas... É POSSÍVEL fazer melhor e isso, ainda por cima, não tem custos.
Pobres jovens do meu Portugal!
É um grande texto, uma grande e acertada opinião. Uma grande chamada de atenção!
ResponderEliminarLevei daqui...
Obrigada!
EliminarPorque não envias isto ao Nuno Crato? Talvez ele não mereça um contributo de qualidade, mas os alunos merecem.
ResponderEliminarLena
Já não acredito que no ME alguém se preocupe de facto com a educação...
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