Faz quatro anos. Nevava muito, Cambridge estava nua e branca, e a minha viagem até ao Hospital parecia interminável. À chegada, um bebé minúsculo, um gorro azul que quase lhe tapava os olhos, as mãos com força a segurar o meu dedo. Era o meu primeiro neto a fazer-me viver e acordar para uma vida diferente.
Hoje, faz quatro anos enérgicos, alegres e atentos. Corre por Guildford, pergunta muita coisa, quer saber tudo, salta do inglês para o português com ligeireza e abraça-me como só ele sabe. Ao meu ouvido garante "avó mim adora tu para sempre" e eu tenho pena que o para sempre seja, talvez, breve demais. O meu neto mais velho surpreende-me constantemente, provoca a minha ternura e vejo nele, tantas vezes, a minha filha pequena que guardo sempre na memória.
Um dia, o Manuel Bernardo vai lembrar-se que tinha uma avó que carregava fadas, falava com os bichos e sabia muitas histórias carregadas de magia quente...
Luisa, tenho a certeza que será uma avó espantosa! Daquelas avós que deixam saudades para sempre...
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