domingo, 3 de novembro de 2013

CRUELDADE

De vez em quando, sem aviso prévio, chegam e instalam-se. Ora chegam intensas, fazendo estalar a cabeça e chorar os olhos, ora se insinuam de mansinho, começando num adormecimento quase bom e, gradualmente, convertendo-se em dor dilacerante. Já devia tratar por tu estas enxaquecas, mas não há maneira de me habituar a elas. Fico sofrendo, sem suportar sequer a luz do sol frio, no silêncio escuro do meu espaço. Tento ler, mas as letras dançam diante de mim em momices de  entontecer. Tento não pensar, e, sem o ser, o pensar ganha opacidade e ocupa a mente fazendo doer mais ainda. Tento, então, impor a minha vontade e continuar  a viver. Misturo Zomig e Ben-u-ron, alterno com Migraleve e Aspirina, mas o monstro continua ali, tenaz e cruel. 
Chego a pensar que vou morrer. Que, de repente, a minha cabeça vai estoirar e eu vou partir. Quando isso acontecer, vou finalmente pôr um ponto final na dor. Nas dores, todas.

7 comentários:

  1. Falta-lhe tomar "Avamigran", que é remédio santo, como se costuma dizer.
    Boas melhoras

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  2. Luisa, o seu último período é um pouco deprimente! Vá lá comprar o tal Avamigran e anime-se!

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  3. As dores não matam... e ainda bem... às vezes o gelo na testa alivia... que fique melhor... para o seu bem-estar...

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  4. Desculpe Luisa, devia ter escrito parágrafo e não período!

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    1. Não faz mal Dalma, de facto estou mesmo a atravessar um período mau, parece que adivinhou...

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  5. Luisa, deixe-me que lhe diga, só a falta de saúde nossa ou dos que nos são queridos é que é grave! Tudo o resto não é relevante, pode ter a certeza!
    Também não devemos dar aos nossos detratores motivos para se regozijarem vendo-nos deprimidos!

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