Comi uma manhã excessivamente azeda e, por isso, temperei o entardecer com doce de abóbora caseiro. Salpiquei-o com nozes da minha nogueira velha, saboreei-o com um dióspiro que o vento deitou ao chão. A tarde amoleceu no nevoeiro denso que envolve o meu quintal, a noite chegou sabendo a chocolate negro. A lareira iluminava a entrada no serão, os poetas saltaram da estante, as rimas desordenadas provocaram os meus sentires. No fundo da taça os pedaços de abóbora esperavam sem ansiedade a lavagem final.
A minha alma estava pegajosa, açúcar e abóbora nas bordas. Lambi com cuidado, ficou limpinha...
De vez em quando passo por aqui. Gosto muito do que escreve e... de como escreve. Muitos parabéns!
ResponderEliminarMuito obrigada!
EliminarAdorei este texto! Sabe bem, com estas iguarias deliciosas,mais as rimas desordenadas...
ResponderEliminarMas, a Setôra não estará a ficar muito lamboninha...?
Depois polvilhei a boleima de açúcar e canela, aconcheguei-me na massa fofa e ainda quente e deixei-me levar nas nuvens brancas e doces num céu de farofas...
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