"Quem fala do que não sabe, só diz o que não deve" - Acho que é mais ou menos assim a frase de apresentação que um amigo meu tem no seu email. E hoje, de repente, saltou-me esta frase ao ouvir alguns comentários feitos à proposta de programa para o português, no ensino secundário, que o governo pôs em discussão. Não acredito, porque em termos práticos considero impossível, que os professores tenham analisado a proposta mas, à boa maneira portuguesa, começaram já a dizer mal e a levar as mãos à cabeça considerando impossível "darem" tanta coisa... Curiosamente, não ouvi ninguém congratular-se por haver lugar, finalmente, para Camilo Castelo Branco, para José Régio, ou, até, para a "Ilustre Casa de Ramires". Também, claro, não ouvi ninguém equacionar a hipótese de, nos dias que correm, não fazer mais sentido "dar" as coisas mas, sim, conduzir activamente os alunos no desenvolvimento das suas competências. Olhei o programa na diagonal, "por alto", e gostei do que vi. As competências nucleares parecem-se adequadas, os domínios de aprendizagem pertinentes, os conteúdos declarativos adequados. Confesso, enfim, que me agrada voltar a poder falar da literatura medieval, que sou uma leitora fiel de Camilo Castelo Branco e uma admiradora de José Régio mas, sobretudo, que não acredito mais num sistema de ensino que se baseia em dar o que ninguém (ou poucos) querem receber, e em treinar gerações para resolver testes e exames...
É bom incluírem o José Régio... e a sua Toada...
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