Passadas as festas, regressado o silêncio que o Zorba interrompe, é tempo de retomar rotinas. O trabalho é rotina. Rotina é, também, olhar para o meu eu-pessoa e indignar-me. Não há maneira de eu aprender a ter calma e a desistir. Não, não há meio de aprender a cumprir a velha máxima de " Deus me dê coragem para mudar o que pode ser mudado, serenidade para aceitar o que não posso mudar , e sabedoria para distinguir!" Sou uma viajante da utopia, uma eterna desiludida também.
Este ano lectivo, de 19/20, voltei a acreditar que ia ser capaz de ajudar a mudar a Escola portuguesa. Quanta pretensão...
Hoje, dia 4 de janeiro, sinto já uma imensa mágoa desiludida, uma vontade dolorosa de largar tudo e voltar à sala de aula, aos jovens de quem tanto gosto. Inicio o 2020 com muitas dúvidas e muitos receios. Tenho a desesperança na alma, a desilusão na inteligência.
Neste 2020, se Deus quiser, farei 60 anos. Era, há uns tempos, uma idade que não achava ser para mim, parecia-me a velhice certificada. Agora, quase lá, penso que deviam estas seis décadas ter-me ensinado a viver e não a, eternamente, sobreviver.
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