quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

HOJE

Anda nas redes sociais um texto bonito, e ingénuo, atribuído a Saint-Exupéry (tenho dúvidas) que sugere que se deixe a tristeza, a infelicidade, as lágrimas, para amanhã. Hoje não, diz o texto. Amanhã eu fico triste... hoje não. Dou comigo a pensar que, como diz uma canção da moda, amanhã é sempre tarde demais. Eu quero sorrir hoje, agora, acreditar sempre, amar a cada hora. 
Hoje, com a minha realidade embrulhada em algodão húmido, parece-me um dia perfeito para viver, para além de existir. 
Hoje, quero ignorar absurdos e aquecer cada minuto na emoção do abraço. Estou a ficar velha, o tempo não pára, já não quero deixar nada para amanhã, o Exupéry que me desculpe.
Sim, hoje é um óptimo dia para estar viva. Para me lambuzar de abade de priscos e para me enroscar na  ternura. 

Sem comentários:

Enviar um comentário