"Uma Fazenda em África" é o título do intenso romance de João Pedro Marques. Tudo começa com a revolta de Pernambuco, com o sequente ataque indiscriminado a portugueses, mas tudo se desenvolve, depois, em torno de uma personagem feminina- Benedita - que cresce aos nossos olhos. Se a conhecemos menina, insegura e receosa, no Brasil, vamos vê-la tornar-se Mulher, segura e decidida, em Moçâmedes. Li este romance de um fôlego, sofrendo, chorando (acontece-me tantas vezes) e sentindo os odores de uma África que desconheço. Benedita não é a heroína perfeita, mas é a personagem humana. Erra, hesita, sucumbe, questiona-se e questiona-nos também. Com ela partilhei o vazio que as constantes partidas de quem amamos sempre causam, com ela passei noites olhando as estrelas em busca de uma resposta que, se calhar, está dentro de nós.
Andava eu viajando por África, aguardando o regesso de Peter, espreitando a negra protectora e mágica, quando fui interrompida pela realidade. Realidade medíocre de quem, sem nenhum valor real, se põe em bicos de pés, em sapatos de má qualidade (ainda por cima), para chatear os outros. Esbarrei, de rompante, com um mundo onde gente sem valor se gosta de empinar como os coiotes que Peter abatia com tiro certeiro.
Ah! como eu gostava de poder conviver apenas com a Benedita...
E são tantas as pessoas (ou a gente) que anda, por aí, em bicos dos pés, a querer ser quem não é, a desejar ser o que nunca será, a querer ter o que nunca seria capaz de alcançar...
ResponderEliminarÉ por isso que "... quando nos pomos em bicos dos pés somos tão ridículos..."
Beijos
Álvaro
Benditas sejam as Beneditas que às vezes ainda encontramos pelo nosso caminho...
ResponderEliminarSaudações.
"QUEM AO MAIS ALTO SOBE, AO MAIS BAIXO VEM CAIR"!
ResponderEliminar...e, quando vejo alguma "pamonha" empoleirada agora, nesses saltos 17 cm, e «compensados» como dizem, não sou má, mas fico a olhar, mortinha que caiam deles abaixo!
Estava mesmo a precisar de saber que livro havia de ler...
Vou conhecer a Benedita!