domingo, 4 de março de 2012

Lágrimas

Correm em carreirinho, picam os olhos, incham as pálpebras e sabem a sal. Surgem quando querem, às vezes por causa de uma palavra, outras vezes por uma paisagem, ainda também por uma dor, por coisa nenhuma até. As lágrimas envelhecem connosco, tornam-se dolorosamente adultas. Em crianças, secamo-las num instante. Trocam-se lágrimas por sorrisos, tristezas por alegrias, bastando para isso um colo terno, um beijo amigo. No entanto, quando as rugas começam a surgir, elas tornam-se acres e duradouras. Ao mesmo tempo, as lágrimas libertam-nos, lavam-nos a alma até.
Às vezes, o meu cão uiva num tom dilacerante. Tento consolá-lo mas concluo, sempre, que ele uiva assim porque não pode chorar.
Ainda bem que eu tenho lágrimas. Muitas!

3 comentários:

  1. As lágrimas deviam ser sempre, e só, de alegria, de emoção, de comoção ou de saudade, e não de tristeza, de dor, de angústia ou de sofrimento, como o são tantas, ou a maior parte das vezes!

    Quantas vezes, no meio do Desassossego, não nos dá mais a vontade de lágrimas, do que ter vontade de chorar?

    Beijos.

    Bernardo

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  2. As lágrimas fazem marcas quando são demasiadas!
    Mas alivia chorar.Chore-se só um minutinho e a seguir, porque não, beber uma caipirinha ou um porto, e aceitar que há horas mais desassossegadas, mas que o mundo não acaba por isso...?
    Não se pode perder o tempo da vida com lágrimas!!

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  3. Querida, a vida é demasiado curta para lágrimas tristes. Levanta-te, sacode o pó e sorri!!
    mil beijos

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