A conversa era séria. Coisas de amigos, ditos cheios de mistérios e segredos, diálogos apenas compreendidos pelos intervenientes. Ele, o cão, ouvia com atenção, interrogando-se porque mudara de nome, porque passara de Tango a Pluto ou, nos momentos mais ternos, a Plutito. Ele, o miúdo, explicava-lhe que o Pluto é um cão maravilhoso, tem orelhas longas e consegue até andar em duas patas só. Ele, o cão, dizia que gostava do equilibrio que as quatro patas lhe permitiam e que, ainda por cima, não tinha em grande estima os seres bípedes. Mas estes argumentos não convenciam o Manel que, de dedo espetado e associando olhos de mil carinhos, lhe pedia para, por favor, aceitar a mudança de identidade...
Observei-os de longe, sem intervir, resistindo à tentação de impedir o Manel de beijar o ex-Tango já Pluto, e concluí que, os dois, tinham chegado a acordo. Agora, sempre que chamo o Pluto, o Tango vem a correr procurar o Manel. Malhas que a ternura tece...
A verdade das crianças mistura-se e confunde-se com a inocência... Pluto ou Tango, que interessa? Apenas um menino e um cão que se confundem na amizade e dedicação...
ResponderEliminarBoa Páscoa!
cumprimentos
Que bela história de amor...
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