Tem pés de algodão, abraço quente, palavras com açúcar e cheira a mar e canela. Às vezes, entra de rompante, chega a ser inoportuna, e molha o olhar tornando (estranho?) mais clara a realidade. Gosto quando a ternura entra assim, de repente, na minha vida. E sinto saudades dela quando, por absurdo, anda por fora, ausente, tempo demais. Quando a Serra acorda abraçada no edredon de nuvens fofas, os melros saltitam no parapeito da minha janela e os cães se espreguiçam de pernas para o ar, sinto a ternura por perto, real, feliz por não precisar de mão humana. Porque ela faz parte da vida e a vida, de certeza, é uma coisa boa e bonita para ser gozada com alegia e espanto - o espanto inicial e eterno - a cada acordar.
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