Pode ser lagosta suada, bife do lombo, carapaus fritos, pão com chouriço, filetes congelados, ou mesmo salada russa; pode ser um restaurante com estrelas Michelin, um restaurantezinho de aldeia ou até a velha tasca onde o tratamento de menina denuncia o velho conhecimento dos donos.
Não interessa o menu, nem interessa o lugar, quando duas amigas se concedem o tempo de conversar. É um privilégio, acho eu, podermos sentar-nos à mesa com uma amiga, daquelas raras e antigas, para conversar. As amigas, as que se fazem na infância e nos seguem para sempre, podem estar ausentes meses, caladas dias, mas estão aí, presentes, quando fazem falta. Julgo que as conversas entre amigas são exclusivas. Não existem invejazinhas, maldadezinhas, julgamentozinhos de velhacaria. Não há inhos nem inhas, porque tudo é verdadeiro e real. Com uma amiga, pode-se escancarar o coração, borrar a maquilhagem com lágrimas incómodas, rir de inconfessáveis femininos. As amigas, porque mulheres também, compreendem os absurdos do amor, são leais na crítica, justas e nunca ofensivas nos julgamentos. Há coisas que só se contam a uma amiga. À Amiga, porque, acho eu, é importante distinguir a Amiga, da conhecida...
Ontem, concedi-me um almoço com uma amiga. O Alentejo mágico, com água fresca e azul, serviu-nos de cenário, e o tempo fez-se da conversa cúmplice, de filhas, de homens (raça esquisita), de sonhos e possíveis. Garanto que os filetes com o vinho branco gelado me souberam melhor do que lagosta com champanhe francês!
É sempre um tempo precioso e especial aquele que compartilhamos com os amigos... especialmente quando são especiais!
ResponderEliminarTens TODA a razão. São esses momentos que dão razão á vida! aproveita que bem mereces!
ResponderEliminarLena
Como eu gostava de ser mosca para estar nesse almoço...
ResponderEliminarJoão