segunda-feira, 17 de junho de 2013

Exames

Bem cedo, cheguei à escola para os exames. À porta estavam elementos de um dos sindicatos a distribuir uns folhetos que não li. Já não tenho pachorra para mais publicidade forçada ao partido comunista. Quem orienta esta greve é Mário Nogueira, que apenas deu aulas um ano na vida, que nada conhece sobre a verdade da Escola. De facto, as coisas nas escolas têm piorado, o número de alunos por turma é prejudicial, a autoridade não existe, a ocupação de tempos não lectivos uma anedota. Mas não é sobre isto que os sindicatos falam, porque não sabem do que falam! Hoje, na minha escola, os exames decorreram com normalidade, apesar da polícia à porta e da indignação de alguns elementos do PCP. Ainda bem!
O que não me agradou, hoje, foi a prova de exame de português. Um poema difícil, Ricardo Reis!, perguntas muito complexas, um texto de Lobo Antunes, um escritor com um elevado grau de dificuldade, exercícios de gramática insistindo nas excepções e não nas regras. Defendo que deve haver rigor, exigência, qualidade. No entanto, não me parece que deva haver desajustamento da realidade o que, creio, aconteceu desta vez... Os resultados vão ser fracos, tenho a certeza, e de novo os professores serão acusados de mau desempenho. Vão esquecer-se os onze anos de facilitismo em que os alunos cresceram, vão ignorar-se as dificuldades de trabaho com trinta alunos, vão menosprezar-se as assimetrias deste Portugal. A greve vai ser lembrada para insultar os professores... Não percebo a classe que integro, não compreendo o meu país!

3 comentários:

  1. Ouvi os miúdos dizerem que a prova era fácil, não seja pessimista!

    António

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  2. Fez muito bem em não ter feito greve! Parabéns!

    Ana

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  3. É bom que as provas sejam difíceis para esta gente perceber que a vida é dura!

    João

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