Voltou de olhos cheios de outras imagens, paisagens físicas de encantar, paisagens humanas de entristecer. Fala da estadia no Brail, São Paulo, num ERASMUS ousado mas difícil. Sim, reconhece, foi uma experiência importante, enriquecedora. Mas difícil! O Brasil é uma tristeza cantada, onde a injustiça, a diferença, o medo, imperam, diz desiludida. São Paulo é a verdadeira selva humana e eu não quero voltar!
Insisto nos conhecimentos gerais, não é um país lindo?! E ela fica triste na sua juventude, afirmando que dói o contraste entre a beleza da Natureza e a fealdade da organização social... Sinto a desilusão da minha amiga, feita de alívio por ter voltado mas, ainda assim, com a presença dorida da consciência social que, embora jovem, já tem.
E agora? O que vais fazer? Ela pára um pouco, deixa que o olhar se perca na imensidão do nosso Alentejo e confessa: - O que eu queria mesmo, mas mesmo, era poder ficar aqui, na nossa cidade, a trabalhar e a viver...
Tremo de emoção e desespero. De revolta também. Que país é o nosso, que não permite a jovens com sonhos viver na sua terra?! Calo-me porque, sei-o bem, se falasse seria para alinhar na opinião vigente e lhe dizer para ir embora, para procurar outro país onde uma jovem licenciada, com boas notas e numa boa universidade, ainda possa sonhar...
É verdadeira esta história?! Ainda há quem volte de livre vontade para este país?
ResponderEliminarAna S.
Eu não me importava de ir para o Brasil. Dá Deus nozes a quem não tem dentes...
ResponderEliminarJoão
Pois é, às vezes o dinheiro não é tudo...
ResponderEliminarMatilde
Diz-lhe que fique! Diz-lhe que lute por essa nossa terra. As cidades grandes não nos dão nada, a não ser solidão.
ResponderEliminarEla que acredite! Como tu acreditas!
Beijo