A igreja está aquecida e iluminada. Velas em copinhos de vidro fazem fila junto aos bancos, o altar está carregado de luzes tremelicantes e o silêncio tranquiliza. Senta-se junto ao grande aquecimento, felizmente ligado, e fica olhando. É Dia de Reis, dia em que a Luz fez sentido, iluminou caminhos e permitiu encontros. Para ela, é tempo de procura e angústia. Ouve no silêncio a voz de um poeta desconhecido "Se o Menino nasceu em Belém, e não no teu coração, ainda que nasça mil vezes, nascerá sempre em vão". Crê que há algum exagero, nunca a Luz surge em vão, mas teme que não O tenha no seu coração. Sente a falta de paz, de segurança, de certeza e amparo.
Fecha os olhos e reza como sabe, na conversa boa com quem nunca a recrimina e sempre parece compreendê-la. A voz constipada do senhor padre devolve-lhe a realidade. Ele reza, fala, e ela ouve-se a fazer coro na oração decorada que pouco lhe diz. Senta-se, levanta-se, ajoelha, mas cala dentro de si a oração a dois. Para os Magos, três ou mil, houve um dia uma luz a abrir caminho e para ela, ousa pedir, terá de haver também...Por isso, pede ao Menino, tão brilhante na imagem do Presépio, que a ilumine. Que faça brilhar uma luz na escuridão que a envolve, que faça com que a estrela que parece murcha volte a brilhar com força!
Vai brilhar de certeza que a Senhora merece!
ResponderEliminarAlice
Vi-a na missa, na nossa igreja do Bonfim, e ouvi-a ler como tanto gosto. A Senhora faz parte desta terra, não entristeça como ela...
ResponderEliminarAntónio
Não conheço o Poeta que disse isso, mas faz sentido. Só que eu sei que Ele nasceu no seu coração...
ResponderEliminarAna S.
Luz que vai, certamente, brilhar... iluminar caminhos, dar rumo ao viver, aquecer a existência!
ResponderEliminarVai ver!