É um tipo simpático, o Tó Zé. Um bocado cinzento, convenhamos, mas com um sorriso constante, obediente, capaz de reproduzir frases feitas e com um discurso certinho, vazio e inofensivo, parando no momento dos aplausos desejados e nem sempre conseguidos.
O Tó Zé esforçou-se. Foi sempre um menino do sistema, cumpridor, aprendiz de outros modelos igualmente cinzentos, com uma carreira como a dele, cinzenta, feita da subida calma de degraus partidários. O Tó Zé nunca trabalhou no duro, nunca viveu para lá do Rato, mas nunca percebeu que isso fosse importante, porque o Tó Zé nunca disse que não a nada, sempre seguiu os chefes.
Um dia, erro grave, o Tó Zé teve um sonho. Um sonho como ele - cinzento! Foi o erro do Tó Zé. Ele servia para beber bicas em comícios, para repetir as instruções recebidas aos jornalistas, para desempenhar, no seu cinzentismo total, o papel pedido aos Yes, man! Só não servia mesmo era para ter sonhos, para ter vontade própria e para desempenhar papeis principais... Mas disso o Tó Zé não sabia e, olhando à sua volta, achava mesmo que podia ser como os Zé Maneis, ou até alguns Pedros da mesma geração.
Como o pobre Tó Zé estava enganado... Ele servia para atravessar um deserto de ideias, para encher de vazio períodos ocos de sentido, para manter morno o lugar que outros, calmamente, haviam de ocupar.
Mas disto, o Tó Zé não se apercebia e, por isso, foi com surpresa, e acredito que com mágoa também, que soube que o queriam mandar embora. Que soube que outro, que não ele, ocuparia a ribalta quando chegasse a hora do grande espectáculo! O Tó Zé era um gajo porreiro, diziam. Mas inSeguro. Muito inSeguro...
Ah! Ah! Ah! está demais!!
ResponderEliminarJoão
O Tó Zé vai à vida. Segue-se o Costa, não acha?
ResponderEliminarAna S.
Jasus!...
ResponderEliminarCuidado com a Setôra quando está com descontraída, não lhe escapa nada...
É mesmo assim com o TóZé!
Nem porreiro é ou era... Apenas uma peça do sistema, que um dia sonhou alto demais... queria deixar de ser capacho... enganou-se, o Costa, agora vai, Seguramente, atirá-lo de degrau abaixo... o degrau que o tó Zé, um dia, ambicionou subir... mas os capachos são para ficar no chão e não nas escadas...
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